Ó trabalho vai-te embora ...

"Não tenho emprego, nem estou desempregado" dizia ele enconstado à paragem do autocarro, com o jornal dobrado em quatro debaixo do braço, chapéu e sapatilhas.

Em Portugal, este é só mais um dos milhares de desempregados "criados" por aquilo a que alguns ainda chamam Pátria. Desta vez chegou o momento para os trabalhadores de Nelas e Portalegre que vão ver a fábrica Johnson Crontrols fechar em Agosto de 2007. São mais de 900 pessoas que ficam sem emprego em duas zonas do País pobres em oportunidades de trabalho.

A administração da empresa justifca o fecho das unidades com o excesso de produção, deslocando assim a empresa para a unidade do Grupo no leste europeu.

A revolta instalou-se entre os trabalhadores que já equacionam emigrar mantendo assim o vínculo com a empresa

E Agora???

Bem dizia o tal senhor encostado à paragem do autocarro:

"Nós devíamos era ser espanhóis".

Ligações PeriGOSAS...

Quantos de vós não andam ou já não andaram de transportes públicos? Eu faço disso o meu passatempo preferido. É verdade ... pode parecer 'maluquice' mas não há nada que me divirta mais do que ver o comportamento das pessoas naqueles autocarros sempre atrasados no centro da cidade do Porto.

Hoje, estava eu a atravessar a Ponto D. Luís, quando liguei o leitor de MP3, e começei a ouvir música e a sorrir sorrateiramente com as atitudes mais estranhas que poderão imaginar. E cheguei a uma conclusão. Ir de pé no autocarro faz mal a relação do indivíduo com o seu telemóvel.

Pois é, o autocarro vai apinhado de pessoas apressadas agarradas ao varão cinzento... de pé e com ar cansado. Mal se vê um lugar vago correm para ele; sentam-se e Zás... a primeira coisa a fazer é pegar no telemóvel e actualizar os contactos perdidos à cerca de cinco minutos atrás...

E isto é verdade não é só publicidade...

Que era do português sem o seu telemóvel, ou melhor, sem os seus trezentos e vinte e nove telemóveis ...?????

The same old story...

Ora vamos lá ver se nos entendemos...!!! Foi noticia de Telejornal e Jornal da Noite, os nossos orgão de comunicação social deram a conhecer aos portugueses uma novidade ( do arco da velha, só pode) ... Os Hóteis de luxo estão cada vez mais cheios!

Eis senão quando me surgiu uma dúvida;

Entre cestos de fruta na suite principal, banhos de espuma com champanhe e o pequeno almoço às onze da manhã numa varanda qualquer a olhar para o Atlântico, sem nos esquecermos do chato de empregado que passa a vida a dizer "Precisa de mais alguma coisa?" "Em que posso ser-lhe útil?" ... começei eu a pensar:

É impressão minha ou os Hóteis de luxo nunca deixaram de ter clientes ...???

Bem dizia Você Avó, os ricos vão ser sempre Ricos!

Em Pontas!!!

Nunca tive uma caixinha de música ... mas sempre quis ser bailarina. Vivia maravilhada com o "toule" e a seda que envolvia aquela pequenina bailarina que rodopiava como um pião no cortinado quase transparente do meu quarto.
Foram tempos em que não detestei ir cedo para a cama. "Dormia à pressa" com a ânsia de sonhar com aquela suave delicadeza envolvida num cor-de-rosa que ainda hoje me acalma.
Ainda hoje me lembro, quando o cansaço me vence, depois de vencida pelo sono, daquela musiquinha repetitiva e repetida que saía devagar da caixinha de música que nunca cheguei a ter. Parece impossível como a memória nos pode fazer chorar a rir, e como nos pode trair. Não me lembro de algumas coisas que fiz a semana passada, mas ainda me lembro da melodia atrapalhada de uma caixinha de música que nunca vi, nem nunca existiu na minha mão.
O meu "toule" transformou-se num "tailler" moderno e aquela música, que nunca hei-de esquecer, é hoje um ruído ensurdecedor de uma cidade velha a cheirar a mar!

Sempre quis ser bailarina!

Às vezes dá-me para isto!

Às vezes rio ... às vezes choro!

Às vezes uso óculos ... às vezes não!

Às vezes quero chorar ... às vezes consigo!

Às vezes escrevo ... às vezes acerto!

Às vezes brinco ... às vezes tenho de acordar!

Instruções a seguir

Então pára de Chorar, Carrega no Batôm, Abusa do Verniz, Põe os pontos nos is .... !!!

Bastou uma Gota!

A chuva continua molenga contra o meu vidro ... bate e desliza devagar para dentro do meu olho e sai por ele ... ao mesmo tempo que o peito se aperta contra mim, ao mesmo tempo que sinto o céu a desabar.

Escondi-me dela no sofá... enrolei o meu corpo naquela manta que me faz lembrar a minha avó ... esperei quieta que passasse ... Não passou!

Ainda hoje espero por aquele dia ... pelo sol que levasse aquela lágrima... pela nuvem que arrastasse de mim aquela escuridão ... Por Ti!