Cor Púrpura

Um retrato subtil daquilo que alguns vêm, alguns fingem que não vêm e outros insistem em não querer ver ...

quarta-feira, abril 04, 2007

O Enredo ...

A chuva picava a areia … de leve. Eu comecei a senti-la nas minhas costas; Fria, Forte e a querer impor-se. Não conseguia tirar os olhos do horizonte … o céu estava sentado sob as ondas gigantes que se formavam. A chuva decidiu não arredar pé. Engraçou com aquela praia, não comigo, com aquela areia onde estava sentada.Enrolavam-se como dois amantes, ali mesmo à minha frente.Comecei a sentir-me envolvida naquele erotismo de fim de dia; juntei os joelhos ao meu peito, deixei-me ficar sentada, fechei os olhos e enterrei os punhos cerrados na areia já fria e rija pela chuva.
Não conseguia mexer a boca, tinha os músculos presos pela emoção; o vento deu de si naquela praia e senti-o a abraçar-me.Envolveu-me de um ápice … esqueceu o romantismo e fechou-se sobre mim com uma força! … Fez-me arrepiar a espinha!Levantei-me disposta a abandonar aquela praia, depressa fui atirada para o chão … tinha os olhos semi cerrados, mal conseguia abri-los, ainda via o arrasto daquele relâmpago no céu púrpura.Sacudi a minha saia, atirei a areia sem receios, ainda tinha areia por debaixo das minhas unhas; não me importei!Atravessei o passadiço acompanhada por um relampejar de tal maneira forte que fazia tremer as pequenas tábuas.Encharcada comecei a correr; fugi daquela praia … então aí… a areia, o sol e até o céu começaram num namoro de tal forma bonito que até a chuva parou.
Serei eu?!?

1 Comments:

  • At 7:42 da manhã, Blogger GM said…

    Vejo que foi um dia inspirador. E este foi o texto de que mais gostei. Muito bonito e envolvente... :)
    Boa Páscoa, Mariazinha!

     

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