Cor Púrpura

Um retrato subtil daquilo que alguns vêm, alguns fingem que não vêm e outros insistem em não querer ver ...

segunda-feira, maio 22, 2006

Sempre quis ser bailarina ...

Nunca tive uma caixinha de música ... mas sempre quis ser bailarina. Vivia maravilhada com o "toule" e a seda que envolvia aquela pequenina bailarina que rodopiava como um pião no cortinado quase transparente do meu quarto.
Foram tempos em que não detestei ir cedo para a cama. "Dormia à pressa" com a ânsia de sonhar com aquela suave delicadeza envolvida num cor-de-rosa que ainda hoje me acalma.
Ainda hoje me lembro, quando o cansaço me vence, depois de vencida pelo sono, daquela musiquinha repetitiva e repetida que saía devagar da caixinha de música que nunca cheguei a ter. Parece impossível como a memória nos pode fazer chorar a rir, e como nos pode trair. Não me lembro de algumas coisas que fiz a semana passada, mas ainda me lembro da melodia atrapalhada de uma caixinha de música que nunca vi, nem nunca existiu na minha mão.
O meu "toule" transformou-se num "tailler" moderno e aquela música, que nunca hei-de esquecer, é hoje um ruído ensurdecedor de uma cidade velha a cheirar a mar!

1 Comments:

  • At 6:03 da manhã, Blogger TonecasPintassilgo said…

    Bonita história; e com uma escrita também bonita!
    É preciso continuar; o Nobel não é só para o J.A.Saraiva!
    Ahahah....

     

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