Desnecessário ou Não???
Este poema é absolutamente desnecessário
pela simples razão de que poderia nunca ser escrito
e ninguém sentiria a sua falta
Esta é a sua liberdade negativa a sua vacuidade dinâmica
e o movimento da sua aboliçãoa partir do seu vazio inicial
Mas qual é a sua matéria qual o seu horizonte?
Traçará ele uma linha em torno da sua nulidade
e fechar-se-á como uma concha de cabelos ou como um [útero do nada?
Ou será a possibilidade extrema de uma presença inesperada
que surgiria quando chegasse a essa fronteira branca
que já não separaria o ser do nada e no seu esplendor absoluto
revelaria a integridade do ser antes de todas as imagens
a sua violência inaugural a sua volúvel gestação?
António Ramos Rosa
in Deambulações Oblíquas
1 Comments:
At 4:28 da tarde, TonecasPintassilgo said…
Eis a dúvida, senhoras e senhores.
A dúvida, ela própria, absolutamente essencial ao homem inteligente e inquieto; como é o caso de António Ramos Rosa.
Boa escolha.
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